21 novembro 2006

Capítulo final da trilogia

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Xii, esqueci que eu tinha prometido escrever sobre a minha noitada em SP! Bom, vamos lá antes que eu me esqueça de novo.

Na terça, véspera de feriado, eu não estava muito animado para sair. Queria mais era ficar no hotel, lendo meu livro de RPG novinho em folha e o Dragonlance que eu havia levado. Mas a Luiza insistiu muito para que eu saísse e investigou umas festas rocknroll paulistas. Ela me sugeriu a Funhouse, que o Bode Velho já havia falado também. Segundo ela, rolaria um show de uma banda de Curitiba chamada Bonde das Impostora.

Fui então para uma lan-house, de onde fiz o post do dia 14, e pesquisei mais algumas opções. Vi também o myspace da tal banda e achei uma bela merda: funks cariocas com letras sobre mundinho-ciber-moderninho-fotolog-orkut.

Como era perto de onde eu estava hospedado, fui dar uma sacada. A Funhouse fica numa casa aparentemente antiga e nada adequada para uma boate. Logo na entrada há um balcão de bar com poucos bancos e no canto existem umas três mesas altas. As paredes são vermelhas com alguns pôsters maneiros. Uma arcada leva aos poucos banheiros e uma pista bem, mas bem pequena mesmo que ainda tem um palco minúsculo! O som estava legal, tocando umas indiaradas desconhecidas. Uma escada do tipo Gates leva ao segundo pavimento onde há um lounge xuuuper moderno, com uma juke box.

Peguei uma cerveja e me dirigi para uma mesa no canto mais escuro da taberna. Foi então que reparei numa figura esquisita sentada no bar. Lembro de ter pensado: “olha só a merda que aquela garota fez no cabelo! Que porra de cor é essa? É muita vontade em querer ser marim00n! OPA! PERAÊ! Essa é a Marim00n!!!”
Pois é, mai pipou! A grande musa cibernética que todos os tempos estava lá em carne, osso e anilina! Demorei em reconhecer já que ela não estava fazendo biquinho e olhando para cima!

O som melhorou e a cerveja começou a fazer efeito. Começou com um Rebellionzinho do Arcade Fire, emendou um belo Tear You Apart do She Wants Revenge, entrou um não-hit dos Arctic Monkeys, uma música nova dos YYYs (que não era nem gold Lion e nem Cheated Hearts) e um Two More Years do Bloc Party (música sobre a triste história de um cara que queria ter mais duas orelhas). Sempre que estou dançando sozinho, costumo ficar virado para a caixa de som, mas lá isso era complicado, já que havia uma lixeira na frente da caixa.

Well, fiquei eu lá, dançando com a lixeira.

Foi então que senti que a pista estava ficando mais apertada. Olhei para trás e havia uma manada de g0rdinh0s g4ys, com casacos de grife, cavanhaque e óculos xuuuuper modernos. Eu não tenho preconceito nem contra g0rdos e nem contra g4ys, mas eles nem estavam muito interessados nas músicas, pra quê ficar atrapalhando o trânsito?

Foi quando chegou um emo de responsa. Com todo aquele aparato e cabelo espetado. Também nem um pouco interessado nas músicas, mas somente em mostrar como ele era xuuuper moderno. Que falta a Luiza fez para tirar fotos debochadas com todas essas figuras esquisitas! Me senti naquelas tirinhas do Angeli, onde todos nas festas são designers ou video-makers.

Emputeci-me e voltei para o bar. Peguei mais uma cerveja e percebi que o lugar estava realmente lotado. Não tinha mais lugar para ficar sentado no canto, nem espaço para dançar. Fiquei na dúvida se deveria ir embora. Foi quando começou a tocar “don´t get me wrong” dos Pretenders e mais e mais velharias. Fui embora duas horas, mais ou menos.

Lembrei-me de uma outra parada ali por perto e fui dar uma olhada. A Toylounge era bem maior, e acho que estava meio vazia nesse dia. O lugar tinha um formato... como poderia descrever.. de corredor ou trem, sacou? Na entrada havia umas mesas, o próximo vagão era o bar, no seguinte a pista e no fundo os banheiros. Tudo xuuuper moderno e transado, mas muito mais confortável que a Funhouse.

O som estava divertido, tocando aqueles hits de sempre: Bandages Mr BrightSide etc. Percebi que já estava mutcho-lôco e que precisava melhorar para poder acordar e pegar um avião na manhã seguinte. Fiquei só na pista, dançando com a caixa de som e tomando litros de água. Lá pelas quatro da matina, começou uma sessão de músicas que eu já me cansei há dez anos: killingindaname etc. Quando bateu uma saudade da Landscape resolvi que realmente minha missão estava cumprida e vazei.

Na manhã seguinte acordei meio mal ainda, mas nenhum incidente foi registrado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Apesar das opções, São Paulo tem essa merda: o povo é MUITO mais poser do que em qualquer outro lugar. Se você tivesse ido ao Vegas, veria que é muito pior.